É muita coisa a voar à minha volta. É muito ruído a tapar os meus ouvidos. Vejo tudo desfocado e sinto-me a cair no chão de desorientada. A minha bússola estragou-se e não sei mais para onde me virar. A toda a hora me sinto cansada. De lutar? Não, já me deixei disso. É secundário.
No topo da lista está o desejo de reorganizar tudo, como a minha professora dizia, arrumar as gavetinhas todas e deitar o lixo fora. São sacos e sacos pretos cheios de sucata.
Sinto a falta do Verão de à dois anos. Sinto falta do calor dos abraços, da luz dos sorrisos, das gavetas arrumadas. Já não conheço aquelas horas em que vos via a todos à minha frente, todos juntos.
Mas não se pode ter tudo não é? Ainda ontem ouvi grande discurso sobre isso, devemo-nos contentar com o que temos e nunca querer mais. Concordo em grande parte com isso.
Quero deixar tudo organizado para meter fones ao ouvido, pegar na mochila e por-me daqui para fora sem destino algum. Rio-me de mim própria ao dizer isto. Achas que és capaz Maria? Por amor da santa...
Talvez não seja mesma, tenho que virar costas a tudo e preparar-me para passar por tudo. Não passam de flashes que nos passam nos olhos.
Tanto trabalho para fazer e a mim não me apetece fazer nada... Mas também não me apetecia acordar hoje de manhã e acordei. Fazemos muita coisa que não queremos, demasiada às vezes.
Como se pode notar, está tudo numa tremenda confusão. Está um texto sem pés quanto mais com cabeça.
Vou mergulhar nos papeis outra vez para depois, mais logo, ser feliz por uma ou duas horas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário